Os extensômetros estão disponíveis em centenas de modelos, com várias tecnologias diferentes. Assim, nem sempre é fácil escolher o extensômetro ideal. Há extensômetros específicos para uso em temperatura não ambiente ou em aplicações imersíveis. Há extensômetros a laser e extensômetros por vídeo para coleta precisa de dados. Neste guia, veremos os fatores a considerar ao escolher um extensômetro axial para aplicações em temperatura ambiente. Conhecer as seguintes propriedades do corpo de prova antes do início do teste o ajudará a escolher o melhor extensômetro.
IDENTIFIQUE A SEÇÃO DE TESTE DO CORPO DE PROVA
A maioria dos corpos de prova materiais possui extremidades maiores, para fins de suporte, e uma seção de teste com área transversal menor. Normalmente, mede-se a deformação nos 70% a 80% centrais da seção de teste, a fim de garantir que a deformação material se dê ao longo de uma seção com área transversal constante. As seções de teste para extensômetros de contato em geral variam de 3 mm (0,12 pol.) a 100 mm (aprox. 4 pol.). Há também seções de teste maiores para aplicações específicas, como testes de vergalhões. Conjuntos de extensão podem modificar a seção de teste de um extensômetro para que ele faça medições de deformação em seções maiores ou menores.
CONSIDERE A ÁREA TRANSVERSAL DO CORPO DE PROVA
O tipo de lâmina a usar dependerá da forma do corpo de prova, isto é, curvo ou plano. Lâminas retas são a opção padrão em muitos extensômetros e são recomendadas para testar corpos de prova curvos. Lâminas com três pontos de contato com o corpo de prova frequentemente são usadas para testar corpos de prova planos. Isso inclui lâminas com um contato único e um contato duplo. O contato de três pontos com o corpo de prova cria um plano, garantindo que o extensômetro esteja alinhado com o eixo do teste.
TENTE DETERMINAR O DESLOCAMENTO DO CORPO DE PROVA
A faixa de medição refere-se ao deslocamento máximo de um extensômetro sem comprometer a precisão dos resultados. Ela é indicada ou por uma medição absoluta da distância, ou por uma medição relativa da faixa de deformação em comparação com a seção de teste. Por exemplo, um extensômetro com seção de teste de 50 mm terá uma faixa de medição de ±10% ou ±5 mm. A maioria dos extensômetros de contato premium é projetada com proteção para casos de deslocamento excessivo, o que permite que o aparelho se estenda um pouco além de sua faixa de medição nominal sem danificar os componentes.
CONSIDERE AS PROPRIEDADES DE RESISTÊNCIA DO CORPO DE PROVA
O corpo de prova deve ser resistente o suficiente para aguentar o peso do extensômetro. A maioria dos extensômetros de temperatura ambiente é ligada ao corpo de prova por molas, elásticos ou conjuntos de fixação rápida. Busque extensômetros leves que possam ser fixados próximos ao corpo de prova.O peso e o comprimento do extensômetro criam uma força rotacional excessiva, que deve ser contrabalanceada pela lâmina inferior. A lâmina inferior vai contra o corpo de prova, e a lâmina superior se afasta dele. O problema é agravado com seções de teste menores. Além disso, busque lâminas afiadas em ambos os lados, com um ponto de simetria central. Essas lâminas duram mais e são menos propensas a danos, em comparação com as opções assimétricas. Extensômetros baratos costumam ser mais pesados e mais compridos, ou seja, eles têm mais chances de flexionar o corpo de prova ou escorregar.
TENTE DETERMINAR COMO O CORPO DE PROVA FALHARÁ
Se você planeja testar até a falha do corpo de prova, assegure que o extensômetro seja adequado à tarefa. Muitos extensômetros podem ser deixados no corpo de prova até falha; contudo, em alguns casos, os rompimentos de alta energia podem danificá-los. Considere remover o extensômetro antes da falha ou então usar um extensômetro sem contato, caso espere que o corpo de prova se romperá violentamente.
DETERMINE OS REQUISITOS DE CALIBRAÇÃO
Os extensômetros são classificados com base no erro máximo de deformação e/ou de deslocamento, em comparação com uma norma conhecida. A ISO 9513 atribui um número de categoria (0.2, 0.5, etc.), enquanto a ASTM E83 atribui uma letra de categoria (A, B1, B2, C, etc.). Uma diferença importante entre a norma ASTM e a norma ISO é o erro fixo permitido. Por exemplo, um extensômetro calibrado da categoria 0.5 da ISO 9513 pode ter um erro relativo de 0,5% de deslocamento e um erro fixo de ±1,5 μm, ao passo que um extensômetro calibrado da categoria B1 da ASTM E83 pode ter um erro relativo de 0,5% de deformação e um erro fixo de 0,1 mm/mm. Consulte as normas ASTM e ISO para mais informações.
Os novos compósitos sendo desenvolvidos para aplicações aeroespaciais em alta temperatura são materiais muito rígidos, pouco deformáveis. O extensômetro com a melhor classificação disponível deve ser usado para testar esses materiais. Testes de tração de polímeros com elevada capacidade de alongamento podem ser feitos com uma especificação menos rigorosa, como a categoria C da ASTM E83, em que o erro relativo na deformação percentual é muito pequeno, se comparado com toda a faixa de medição do extensômetro. Em geral, o procedimento de teste ASTM ou ISO definirá a categoria do extensômetro apropriada para os testes.